quarta-feira, 9 de junho de 2010

CAÇADOR DE BORBOLETAS

O dia nublado tremia frio e silencioso
Ao redor da inesquecível “Casa Velha”.
Na parede que sustentava o telhado
Via uma casa de borboletas...
Era mais uma lagarta no seu casulo
Era mais uma luz que se abria para o mundo.

Lembro bem da minha infância
A construção daquela cena
Quando me deparava com este ser
Que ali se abrigava, comodamente,
Para ganhar uma tal sonhada liberdade
Depois de cumprida sua metamorfose vital.

Contava os dias, avidamente
Para o seu lindo despertar
E eu me maravilhava no terreiro
(época de intensa invernada)
Naquele florido vergel
-Vigilante de um bando de borboletas a voar.

Hoje sou ainda um caçador de borboletas
À procura do meu tempo
-Passado que se instaurou na memória!
Caço tantas coisas que mudaram seu rumo...
Mas caço, principalmente, o menino
Que um dia se aportou em mim!

Fortaleza, fevereiro de 2008.

Comentário:Mostrando o meu blog para o meu filho, Marcelo Márcio, li a poesia CAÇADOR DE BORBOLETAS. Mal terminei de lê-la, ouvi a seguinte frase dita de sua boca no alto dos seus oito anos: "PARECE QUE O PAI É O SENHOR DA POESIA. SEMPRE AS TUAS COISAS VÃO SER LINDAS!"

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