terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ETERNO FEITO AREIA

Hoje, ao ouvir uma voz radiante,
Ouvi o mais profundo silêncio
De um amor sem fim, sobre-humano.

Foi um sopro noturno
Na barulhenta cidade do medo.
Só ouvia o silêncio profundo
De uma voz sem fim.

Diante de algo tão inesperado
Fiquei procurando a voz
Dentro de mim...
Mas o som vinha de tão longe
Tão longe...

Fazia anos que não a ouvia
E falamos de tudo um pouco.
Falamos de um amor único
Que não cabe na Terra,
Mas que cabe dentro de uma lágrima
Que a borracha do tempo
Não ousará tocar
Por ser infinitamente belo
E misterioso.

Falamos de algo intocável
Coisas que são como filhos.
O que seria de tudo
Se não existissem os filhos?
Como seria o fim?

E agora, o que fazer?
Sinto a tua imagem morando em mim.
Mas a vidraça do tempo
Me diz que os anos
Fatalmente sucumbe
E nem sempre reflete
O que tem de refletir.


14 de janeiro de 2008, 1h da manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário